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Brasil e Nepal desenvolverão cooperação técnica em produção de leite e derivados
O objetivo foi a elaboração de diagnóstico destinado a um projeto de cooperação sul-sul que contribua para a estruturação e o fortalecimento do setor de laticínios do país asiático, com vistas ao aumento da produção de leite e derivados.
A missão foi realizada em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrícola e Pecuário do Nepal, que articulou visitas a fazendas, cooperativas, fábricas e produtores de leite e derivados.
“Fomos contatados pela Agência Brasileira de Cooperação para integrar esta missão atendendo a uma solicitação do governo do Nepal. Nessa primeira viagem, fomos conhecer a cadeia produtiva de leite e derivados e entender as principais necessidades do setor. O próximo passo é definir, junto à ABC, as formas como podemos contribuir e disponibilizar nossas melhores práticas”, afirma Trazilbo de Paula, diretor de operações técnicas da EPAMIG.
Uma série de reuniões e dinâmicas foram propostas para ajudar na identificação dos principais gargalos na produção do leite e de seus derivados no Nepal. “Foi uma programação bastante extensa. Nos reunimos com diversos atores da cadeia produtiva e com órgãos, ministérios e conselhos. Visitamos indústrias de pequeno e médio porte e fazendas, e realizamos workshop para desenhar o futuro projeto de cooperação”, detalha Junio de Paula, coordenador do Programa de Pesquisa em Leite e Derivados da EPAMIG.
O pesquisador informa que foi promovida dinâmica com vistas a identificar os principais problemas, possíveis causas e soluções. “Os eixos centrais detectados foram a baixa qualidade e a baixa quantidade de leite e derivados produzidos. Há uma série de causas, dentre elas algumas já enfrentadas no Brasil”. A expertise brasileira sobre a matéria poderá ser compartilhada com o Nepal, por meio de ações do projeto.
“Vamos nos reunir com a ABC, para definirmos a melhor forma de contribuir. As primeiras percepções são de que s nepaleses necessitam de treinamentos relacionados a boas práticas de ordenha e produção, além de orientações sobre processamento. Além disso, precisam diversificar a produção. Atualmente, grande parte dos lácteos consumidos no Nepal são importados. A produção se limita, basicamente, a leite pasteurizado e iogurtes”, aponta.
A Agência Brasileira de Cooperação espera dar início ao projeto, ainda em 2024. Caso se concretize, essa será a primeira iniciativa de cooperação técnica entre os dois países. E, também, a primeira entre o Nepal e um país da América do Sul.