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Brasil e Etiópia assinam acordo para alavancar a produção de algodão no país africano
A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Governo da Etiópia assinaram, em agosto passado, o projeto "Melhoria da Produção de Algodão na Região do Vale do Rio Awash - Cotton Ethiopia". A iniciativa será desenvolvida em parceria com o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) .
O projeto tem previsão de duração de 36 meses e pretende, por meio de capacitações de curta duração, viabilizar o aumento da produção de algodão dos agricultores na região do Vale do Rio Awash, na Etiópia. A cooperação técnica para alavancar o setor algodoeiro é uma das medidas buscadas pelo Governo da Etiópia para fazer do país uma referência industrial na África até 2025, tendo em vista o enorme potencial de seus recursos naturais e sua base demográfica jovem.
A Etiópia projetou sua Estratégia Nacional para Desenvolvimento do Algodão (NCDS), que vem sendo implementada de 2018 a 2032, e cuja meta é melhorar a produção nacional de algodão, a fim de apoiar o setor de fabricação de tecidos e roupas.
Potencial
Embora o país possua excelentes condições para o cultivo de algodão, e terras potencialmente adequadas para sua produção, apenas cerca de três por cento delas são utilizados atualmente. O controle das enfermidades e pragas da planta também está entre os desafios enfrentados pelo setor algodoeiro etíope. O volume total de algodão produzido no país é baixo, e a produção doméstica atual está muito aquém do seu potencial.
A cooperação técnica em cotonicultura vem avançando entre o Brasil e a África, iniciada pelo Projeto “Cotton 4”, em 2009. O Brasil possui lugar de destaque no cenário internacional na produção de algodão e na exportação de fibra, com várias instituições brasileiras desenvolvendo tecnologias que podem ser adaptadas às condições climáticas e de solo do continente africano para o aumento da produtividade e da qualidade do algodão.
A UFLA e a AMIPA, como instituições brasileiras cooperantes e executoras técnicas do projeto, sob coordenação da ABC, realizaram, em dezembro de 2019, missão técnica presencial a Adis Abeba, capital da Etiópia, para iniciar o diagnóstico do cenário local e identificar atores e parceiros estratégicos daquele país para iniciar o projeto, o que finalmente acontecerá nas próximas semanas, depois das dificuldades práticas relacionadas à pandemia do novo coronavírus, a exemplo das fortes restrições à mobilidade internacional de pessoas e de cargas que começam a ser suavizadas em muitos países.
Autor: Cláudia Caçador