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Brasil e Equador assinam projeto na área de informação sócio-demográfica
Brasil e Equador firmaram este mês projeto de cooperação técnica que visa a fortalecer as instituições equatorianas no uso de informação sócio-demográfica. O projeto tem como objetivo capacitar, treinar e sensibilizar profissionais do setor público e da sociedade civil organizada em dinâmicas demográficas e suas repercussões no processo de definição de políticas públicas. A realização do projeto se dará no âmbito do Sub-Programa de Cooperação Sul-Sul em População e Desenvolvimento, Saúde Sexual e Reprodutiva e População e Prevenção ao HIV, uma parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação/MRE e o Fundo de População das Nações Unidas – UNFPA. Um dos eixos do referido Sub-Programa é a capacitação e treinamento em matéria de populaç7ão e desenvolvimento, em especial nos temas relacionados à migração internacional, saúde sexual e reprodutiva e mudanças demográficas relacionadas com políticas públicas.
A questão demográfica no Equador
Políticas ambientais, econômicas, de provisão de serviços, de emprego, estão intimamente relacionadas com a dinâmica de população, com sua distribuição, crescimento, mobilidade, por isso a formação de quadros técnicos capazes de analisar a dinâmica demográfica e seus diversos eixos é extremamente importante, visto que as alterações de ritmo e padrões demográficos produzem novas circunstâncias sociais, extremadamente relevantes no processo de definição do planejamento e no estabelecimento de políticas públicas. Nesse sentido, é essencial a existência de informações estatísticas e geográficas, que aumentem a eficiência na concepção, formulação, execução e transparência das políticas públicas.
No caso do Equador, as transformações mais importantes que estão ocorrendo na dinâmica demográfica estão: a) na composição etária e de gênero da população, b) nos padrões de fecundidade de maneira diferenciada segundo estratos sociais, econômicos, étnicos e culturais, c) no padrão da mortalidade e da migração; e e2) na intensa pressão demográfica nas zonas urbanas com o crescimento de cidades pequenas e médias.
A população equatoriana experimenta um processo gradual de envelhecimento. A proporção e número absoluto de pessoas de mais de 60 anos aumentou e representa 8% da população total, número que continuará crescendo no próximo decênio. A nova composição etária da população pressiona a economia para gerar novos empregos, especialmente por parte da população jovem. O aparato produtivo equatoriano deve absorver a oferta de trabalho crescente. Atualmente quase 60% da população equatoriana se encontra em idade de trabalhar, porcentagem que continuará crescendo. A evolução das taxas globais caracterizam o Equador como um país de fecundidade em declínio. O nível de fecundidade no país era de 6.7 filhos por mulher, como média nacional, ao término de seu período reprodutivo (1960-1965), hoje é de 2.8 (200-2005). Trata-se de um país com diminuição relevante no número médio de filhos por mulher. Estas mudanças no padrão de fecundidade mostram diferenças segundo a educação das mulheres, onde as mais educadas possuem menos filhos; segundo procedência urbana ou rural, onde as mulheres rurais possuem maior número de filhos do que as mulheres urbanas; e segundo etnia, onde as indígenas e afro-descendentes possuem mais filhos que as mestiças e brancas.
A migração internacional é um aspecto de singular importância para o Equador, considerando que há mais de um milhão de equatorianos residindo no exterior, ou seja, 10% da população total.
O contexto demográfico indicado configura a emergência de novos padrões de comportamento nos componentes da dinâmica demográfica, os quais estarão se intensificando no presente e futuro imediato.