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Brasil e Congo iniciam cooperação em alimentação escolar e agricultura familiar
O principal objetivo da sessão foi validar os documentos de implementação estratégica do projeto, financiado pelo Fundo IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), no valor de cerca de USD 1 milhão. A iniciativa resulta de parceria entre o Fundo IBAS, o governo da República do Congo, o governo do Brasil (ABC/MRE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar), o escritório do PMA na República do Congo e o Centro de Excelência contra a Fome do PMA, sediado em Brasília.
A implementação do projeto nos departamentos de Bouenza, Plateaux e Pool, incluindo a capital Brazzaville, deverá durar dois anos. O objetivo geral da iniciativa é contribuir para a melhoria da segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares, especialmente mulheres e crianças em idade escolar, fortalecendo a capacidade do Ministério de Agricultura do Congo de apoiar o acesso dos pequenos produtores aos mercados locais, bem como a capacidade do Ministério de Educação Pré-Escolar de desenvolver programa de alimentação escolar com compras da agricultura familiar, promovendo articulação com a compra de alimentos nos mercados locais.
Dados
A insegurança alimentar no Congo atinge 33,3% dos domicílios, com alta prevalência nas áreas rurais, enquanto 38% da população é subnutrida e 19,6% das crianças menores de cinco anos sofrem de má nutrição crônica. Ao longo dos anos, o país implementou várias iniciativas para erradicar a pobreza, por meio da implementação do plano estratégico do país, além de estratégias e políticas de desenvolvimento de nível setorial.
“Este projeto transformará a vida de muitas pessoas, melhorará a capacidade, facilitará o acesso a mercados locais, além de fortalecer a segurança alimentar em ambiente escolar”, disse Paul Valentin Ngobo, Ministro da Agricultura, Pecuária e Pescas da República do Congo.
O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Daniel Balaban, afirmou que o projeto também aumentará a visibilidade global para o Brasil como parceiro da cooperação sul-sul para um mundo com fome zero, e contribuirá diretamente para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 e 17.
Já Germana Belchior, assessora da Presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ressaltou a importância do novo projeto para a garantia do direito humano a uma alimentação adequada. “Investir na segurança alimentar das gerações mais jovens é um investimento da garantia dos direitos humanos de todas e todos”, afirmou.
A representante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, Ministra Mariana Madeira comentou que a conexão da escola com o campo constituiu união exitosa que mudou o destino da população brasileira, contribuindo para a promoção da segurança alimentar e nutricional: “em nossa cooperação sul-sul trilateral com organismos internacionais, os temas de agricultura familiar e alimentação escolar sempre foram considerados prioritários e fundamentais para o combate à fome; para o desenvolvimento econômico e social - por meio da dinamização de cadeias produtivas vinculadas à agricultura familiar – e, também, para a promoção do direito humano à alimentação”, reforçou.
Resultados esperados
Os resultados esperados do projeto incluem treinamento de mais de 60 técnicos com atuação nacional dos dois ministérios para planejar, implementar e monitorar programas governamentais destinados a aperfeiçoar o acesso dos pequenos produtores aos mercados locais, incluindo escolas; treinamento para que cerca de 100 agricultores familiares nos distritos participantes do projeto aprimorem sua segurança alimentar e estado nutricional, por meio de melhores meios de subsistência e maior acesso aos mercados locais, incluindo escolas; e melhoria da capacidades de 10 escolas nos distritos participantes para comprar, armazenar e preparar alimentos nutritivos adquiridos de pequenos agricultores.