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Brasil e Colômbia avançam na construção conjunta de diretrizes de pesquisa em agroecologia
Representantes dos governos da Colômbia e do Brasil, pesquisadores, academia e organizações da sociedade civil participaram da terceira oficina virtual Intercâmbio de experiências e construção conjunta de diretrizes para pesquisas em agroecologia Colômbia-Brasil, promovido pelo Projeto Semeando Capacidades. Neste terceiro encontro, os participantes discutiram os aspectos comuns entre os dois países para o desenvolvimento dessas diretrizes, com base nos avanços obtidos nas duas primeiras oficinas organizadas e nos insumos de cada país.
A oficina foi promovida conjuntamente pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), parceiras desse projeto de cooperação sul-sul trilateral. Lançado em 2019, o projeto Semeando Capacidades integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome 2025.
Catherine Rivera, consultora da FAO Colômbia , apresentou um breve resumo das discussões e questões identificadas nas duas oficinas anteriores para a construção de diretrizes de pesquisa em agroecologia entre os dois países. Entre as áreas temáticas identificadas: transição para a produção agroecológica, mercados agroecológicos e circuitos curtos de comercialização; ensino, extensão e pesquisa com enfoque agroecológico; governança e identidade sociocultural; e biodiversidade e mudanças climáticas. Essas diretrizes em construção no âmbito do projeto Semeando Capacidades buscam servir de referência para a construção de estratégias, planos e/ ou programas conjuntos de pesquisa em agroecologia e sistemas agroalimentares sustentáveis, bem como fornecer insumos e promover o desenvolvimento de pesquisas conjuntas entre a Colômbia e Brasil.
Diálogos em grupo
Os participantes foram divididos em dois grupos de trabalho que abordaram os insumos centrais na construção da caracterização da pesquisa agroecológica e as linhas de pesquisa sobre o tema. Dentre algumas das questões levantadas pelos dois grupos, os participantes destacaram o fortalecimento das políticas públicas; chamadas públicas de extensão rural agroecológica; práticas sustentáveis ??de manejo do solo; investigação de sistemas de cultivo diversificados; apoio à associatividade para a transição agroecológica; fortalecimento e promoção de negócios verdes e sustentáveis. Da mesma forma, destacaram outros temas, como estímulo a cursos de capacitação para produtores rurais; promoção de mercados locais e articulação de mercados com políticas públicas; identificação e valoração de sistemas agrícolas tradicionais; abordagem territorial das políticas públicas em agroecologia; acesso a água e sistemas de irrigação adaptados às realidades locais; conservação de variedades locais ou tradicionais de sementes; entre outros. Também foram identificados pelos grupos documentos, publicações e marcos legais e instituições-chave sobre o tema da agroecologia.
Para encerrar, Joaquín Salgado, do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR), destacou que um dos resultados exitosos que este projeto pode gerar é a criação de uma rede de pesquisa baseada nesta parceria entre Brasil e Colômbia para o fortalecimento da produção agroecológica e orgânica nos dois países.
Colômbia e Brasil: semeando capacidades
O projeto Semeando Capacidades, iniciado em novembro de 2019, é implementado em conjunto pelos governos do Brasil, Colômbia e FAO e está dividido em quatro componentes: extensão agropecuária, agroecologia, mercados diferenciados e sistemas de informação. O objetivo é fortalecer políticas e instrumentos que promovam a rentabilidade e sustentabilidade do campo colombiano, com especial ênfase na produção da agricultura familiar com enfoque agroecológico, sendo um importante instrumento de apoio ao desenvolvimento rural do país rumo à transformação econômica, social e política.
Fonte: com informações FAO