Notícias
Brasil continuará cooperando com o Togo na área agrícola
Uma missão composta por representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) visitou o Togo, entre os dias 18 e 22 de novembro, para a prospecção de uma segunda fase do projeto de cooperação técnica para o fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca. A primeira fase de uma iniciativa de cooperação no tema foi concluída em 2017.
A delegação brasileira foi recebida pela Embaixada do Brasil no país e por representantes do Instituto Togolês de Pesquisa Agronômica (Institut Togolais de Recherche Agronomique – ITRA ). A comitiva realizou visita ao ITRA, onde foram apresentados os resultados da fase 1, bem como a situação atual da cadeia produtiva da mandioca no país.
A delegação da ABC visitou o Centro de pesquisa regional "CRA Litoral" onde são realizados testes de melhoramento genético de variedades de mandioca, inclusive com as espécies brasileiras doadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), parceira do projeto no âmbito da fase 1.
O grupo também visitou uma associação de produtores e de processadores de mandioca. De acordo com o especialista do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Senhor Takahashi, que integrava a delegação, foram diagnosticados problemas em todas as fases do processamento da mandioca.
A missão incluiu uma visita à Organização Não-Governamental AGIDE, responsável por transformar a mandioca em álcool, para fins de combustão, em substituição ao uso do carvão vegetal, e também em álcool para uso geral.
Entre os dias 20 e 21 de novembro, a equipe realizou uma oficina para a elaboração de uma minuta de um projeto de cooperação, para verificar a viabilidade da resposta a essa demanda de cooperação técnica recebida do Togo, para desenvolvimento da segunda fase do projeto. Na ocasião, a metodologia de elaboração de projetos do Manual de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento da ABC foi aplicada.
Participaram da oficina representantes do: Ministério da Agricultura togolês; Instituto Togolês de Pesquisa Agronômica (ITRA), Departamento de Biotecnologia, Departamento Agroalimentar e Programa Nacional de Mandioca; Empresa Noviva, representante comercial de produtos de mandioca; Associação de produtoras de Mandioca; "Institut d´Appui de Conseil Technique" (ICAT); e associações de processadores de mandioca.
A mandioca no Togo
De acordo com o Chefe de Programa Nacional Mandioca do ITRA, Dr. Koffi Kombate, o setor agrícola correspondeu, em 2015, a 40% do PIB nacional do Togo. Além disso, a produção de mandioca representa 8,9% da superfície agrícola do país e 69% da agricultura familiar é destinada ao plantio da mandioca como alimento de subsistência e para fins comerciais, em pequena escala.
A mandioca é o quarto alimento mais cultivado no país, após o milho, o sorgo e o feijão fradinho (niébé), e as plantações estão concentradas sobretudo nas regiões do Platô, Central e de Kara. Atualmente, a mandioca é processada em cinco produtos da cadeia produtiva de valor: farinha "gari" (57%), tapioca (12%), "chips" (20%), massa fermentada (3%) e farinha para panificação (2%). Com relação ao processamento do tubérculo, destaca-se que apenas 11% dos locais de transformação seriam considerados adequados aos protocolos fitossanitários, e que 60% dessas unidades recorreriam à locação de equipamentos indispensáveis à sua transformação.
A cooperação nesse setor tem função de contribuir diretamente com a promoção de melhores condições de vida para os agricultores familiares do país, ao melhorar a capacidade produtiva da mandioca, por meio do compartilhamento de boas práticas brasileiras no tema.
A missão ao Togo aconteceu seguida à visita semelhante feita a Gana, país que também fará parte dessa segunda fase do projeto.