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Brasil, Colômbia e FAO impulsionam a cadeia de valor do algodão
A parceria será estendida até 2026 e foi firmada durante a COP16 sobre Biodiversidade, realizada na cidade de Cali, Colômbia. Participaram da assinatura o embaixador do Brasil na Colômbia, Paulo Estivallet de Mesquita, a ministra da Agricultura e do Desenvolvimento Rural da Colômbia, Martha Carvajalino, e o representante da FAO na Colômbia, Agustín Zimmermann.
O projeto +Algodão Colômbia é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a FAO e com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia, no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. A primeira fase começou em 2017.
Essa iniciativa de cooperação Sul-Sul visa impulsionar a cadeia produtiva do algodão e melhorar a competitividade do setor nas regiões da Zona Interior, Caribe e Orinoquía, por meio da adoção de boas práticas agrícolas e novas tecnologias, além de fortalecer as capacidades técnicas, institucionais e organizacionais dos atores da cadeia de algodão colombiana.
A segunda fase contará com recursos financeiros de cerca de 200 mil dólares e assistência técnica de instituições especializadas brasileiras, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER), a Empresa Paraibana de Extensão Rural e Regularização de Terras (EMPAER-PB) e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), com uma contribuição adicional de outros aproximadamente 200 mil dólares por parte do governo colombiano.
Do lado colombiano, cooperam a Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária (AGROSAVIA), o Serviço Nacional de Aprendizagem (SENA), a Confederação Colombiana do Algodão (CONALGODON), a PROCOLOMBIA, a Colômbia Produtiva e a Agência Presidencial de Cooperação Internacional (APC-Colômbia) como parceira.
A iniciativa representa um esforço conjunto para impulsionar o setor algodoeiro nacional através de conhecimento e agregação de valor ao algodão, buscando também a certificação do algodão.
Fase 2
Com o propósito de avançar na abertura de novos mercados, o projeto implementará medidas para melhorar a articulação, a agregação de valor e o fortalecimento dos atores da cadeia produtiva, nos aspectos de qualidade e certificação.
Durante esta segunda fase, um dos principais objetivos centra-se na obtenção da certificação do algodão sustentável colombiano, para a qual se avançou em uma aliança público-privada com o setor (CONALGODON), os empresários, por meio da Associação Nacional de Industriais (ANDI), e entidades governamentais como a Colômbia Produtiva, PROCOLOMBIA e o ICA. Também fazem parte da mesa de trabalho sobre certificação o Pacto Global, o SENA, Cormoda, algumas universidades regionais e grupos de designers e artesãs.
Referências
No primeiro semestre deste ano, já foram estabelecidas 16 Unidades Demonstrativas de Cultivo de Algodão nos departamentos de Tolima e Huila. A expectativa de instalação de 52 unidades adicionais na segunda metade de 2024 em Córdoba, Sucre, Magdalena e Guajira, deverá fortalecer a difusão de tecnologias e conhecimentos para ampliar a capacidade produtiva e a rentabilidade da cadeia algodoeira em regiões estratégicas.
O algodão colombiano, conhecido como “ouro branco”, é fonte de renda e emprego, principalmente nas pequenas propriedades. A primeira fase do projeto consolidou avanços significativos em termos de rentabilidade do cultivo, qualidade e reposicionamento do cultivo na agenda de políticas públicas e privadas, além de priorizar sua cadeia de valor nos planos de desenvolvimento nacional e regional.
Graças à cooperação brasileira e à FAO, a Colômbia avançou na recuperação de materiais endêmicos, no fortalecimento dos atores da cadeia e na promoção de tecnologias que transformaram o setor algodoeiro.
Sustentabilidade
O +Algodão realiza o acompanhamento técnico a produtores e produtoras da agricultura familiar e de pequena escala, sob um modelo que integra o cultivo de algodão a outras plantações e meios de subsistência que dão suporte à produção sustentável.
O uso de insumos de base biológica, a rotação e associação de culturas e o emprego de recursos técnicos existentes em cada território facilitam a redução do impacto ambiental, promovendo sistemas agroalimentares e de produção mais eficientes e sustentáveis em âmbito econômico, ambiental e social.
A melhoria da oferta de sementes adaptadas aos requisitos agroclimáticos e a recuperação de materiais endêmicos nas zonas indígenas onde se desenvolve a cooperação +Algodão orientam-se para a integração dos sistemas produtivos da ruralidade e da biodiversidade, como alternativas aos principais desafios inter-relacionados enfrentados pelas pessoas e pelo planeta: mudanças climáticas, perda de biodiversidade, degradação de terras, insegurança alimentar e pobreza.