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Armênia participa de 1ª visita virtual ao Brasil sobre alimentação escolar.
Durante a reunião, Karine Santos, Coordenadora-Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), apresentou os principais pontos do programa, que permitiram ao Brasil tornar-se copresidente da Coalizão Mundial da Alimentação Escolar juntamente com França e Finlândia.
Atualmente, o PNAE atende todo o território brasileiro, alcançando cerca de 40 milhões de estudantes com refeições escolares em mais de 150 mil escolas. Com regularidade, o programa oferece refeições de qualidade, nutricionalmente adequadas e saudáveis. Além disso, compartilha interesses com países parceiros, como a compra da agricultura familiar e a diversidade dos cardápios.
“O governo brasileiro acredita firmemente que investir na segurança alimentar e na nutrição das gerações mais jovens é um investimento no desenvolvimento e na igualdade e garantia dos direitos humanos de toda a sociedade, disse Anderson Wilson Sampaio Santos, diretor de Ações Educacionais do FNDE”. “Os programas de alimentação escolar podem e devem ser utilizados como estratégias para avançar vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em nossos países”, afirmou.
Durante a reunião, a analista de projetos de cooperação sul-sul trilateral com organismos internacionais da Agência Brasileira de Cooperação ( ABC) Paola Barbieri, mencionou a experiência do FNDE com o PNAE e a disposição de compartilhar o programa com os países interessados: “gostaríamos de reconhecer e agradecer o papel do FNDE, instituição brasileira cooperante e financiadora que coloca à disposição dos países parceiros todo o conhecimento adquirido ao longo dos mais de 65 anos de existência do PNAE, e reconhecer o grande apoio recebido do Centro de Excelência contra a Fome em Brasília para a disseminação dessa boa prática, ao longo dos últimos 12 anos”.
Já Fabio Vaz Pitaluga, embaixador do Brasil na Armênia, ressaltou as potencialidades da cooperação bilateral, notadamente os laços históricos de proximidade entre os dois países e a importância da diáspora armênia no Brasil. O embaixador colocou o posto à disposição para novos contatos e ações estruturantes no campo da alimentação escolar e da segurança alimentar e nutricional. Sublinhou, igualmente, que os países devem considerar a alimentação escolar como importante investimento.
Armênia
Na Armênia, o programa nacional de alimentação escolar é implementado pelo governo em parceria com a Federação Russa e o WFP. De acordo com Araksia Svajyan, Vice-Ministra de Educação, Ciência, Cultura e Esportes da Armênia, cerca de 100 mil crianças são alimentadas todos os dias nas escolas, em 10 regiões do país, com uma refeição quente. “Considero importante enfatizar que o programa proporciona uma alimentação balanceada”, disse a representante armênia.
O programa adota uma abordagem integrada em relação à segurança alimentar, fundamentando-se nos princípios de sustentabilidade econômica, participação comunitária e adaptação às mudanças climáticas.
Segundo Satenik Mkrtchyan, diretora de Alimentação Escolar e Bem-Estar Infantil do Centro Nacional de Desenvolvimento e Inovação da Educação da Armênia, o programa promove educação de qualidade, readequando as escolas para a provisão de alimentos quentes e nutritivos aos alunos, incentivando o desenvolvimento comunitário. Busca, dessa forma, respeitar as especificidades regionais, fomentar a economia e promover ações de educação nutricional e responsabilidade social, por meio, por exemplo, da criação de hortas, campanhas de informação e ações de treinamento.
A diretora de país do WFP Armênia, Nanna Skau, reforçou a noção de que a alimentação escolar não representa gasto, mas investimento: “vejo que ambos os países podem aprender um com o outro e que a abordagem integrada do Brasil provou ser eficaz como veículo para desenvolver e envolver as áreas rurais e abordar questões de coesão social”. Acrescentou que o uso de fontes renováveis de energia e atividades como estufas e pomares podem contribuir para garantir a sustentabilidade das ações de alimentação escolar nas escolas.
Sobre a “Visita Virtual: Brasil”
A visita virtual foi lançada em 2021, em resposta à adaptação ao isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19. A visita ao centro de excelência, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), juntamente com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), motivou uma série de vídeos que simulam uma imersão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro e apresentam encontros virtuais destinados a discutir o programa e sua implementação.
Embora não tenha a intenção de substituir a tradicional visita in loco, a "Visita de Estudos Virtual: Brasil" contempla os pontos mais relevantes das mensagens transmitidas por ocasião de visita presencial ao Brasil, permitindo a disseminação dos principais elementos que contribuíram para o sucesso das políticas brasileiras nessa área.
Para o diretor do Centro de Excelência do WFP, Daniel Balaban, a visita constitui forma de promover a troca de experiências exitosas em alimentação escolar de maneira simples e econômica. “A visita virtual evita, por exemplo, a necessidade de organização de uma visita de estudos presencial exploratória, que pode custar, para uma delegação de cerca de 6 pessoas, mais de 20 mil dólares. Para momentos de conhecimento mútuo, portanto, é uma ferramenta poderosa”, afirmou o Diretor.
Ao longo dos últimos anos, Namíbia, Angola, Etiópia, Lesoto e Serra Leoa se beneficiaram com a "Visita de Estudos Virtual: Brasil". Em alguns casos, as boas práticas e as lições aprendidas suscitaram visitas técnicas ao Brasil. As contrapartes brasileiras tiveram a oportunidade de aprender com as experiências compartilhadas pelos países parceiros.
Representantes do governo da Armênia e do WFP no país receberão vídeos que abordam as principais qualidades e vantagens do PNAE.