Notícias
Apoio brasileiro permitirá acesso à água tratada em Moçambique
Logo nas primeiras horas da manhã de hoje (3/4), os bombeiros militares do Estado de Minas Gerais já estavam em operação na cidade da Beira: com apoio de um bote também levado para lá, conseguiram transportar 3 mil litros de diesel até a Estação de Bombeamento de Água Tratada de Dondo (para se abastecer de água retirada do rio Dingue Dingue). Esta ação permitirá à população daquela cidade atingida pelo Ciclone tropical Idai abastecer-se com água potável.
Os bombeiros foram, por terra, na viatura levada para Moçambique, até o ponto mais próximo possível da Estação de Dondo. Até então, o acesso dava-se somente por via aérea ou navegação pelos rios, que ainda estão muito cheios.
A necessidade urgente foi apresentada à equipe brasileira pelos Coordenadores do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique em consonância com recomendações de resposta humanitária feita pelo Escritório de Avaliação e Coordenação de Desastres das Nações Unidas (ONU-UNDAC).
O restabelecimento do acesso à água potável é uma das principais ações de recuperação e importante fase do ciclo de proteção e defesa civil, segundo explicado pelos especialistas do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais (CBMMG). Garantir esse acesso significa fornecer à população moçambicana maior probabilidade de evitar doenças.
Outro grupo de bombeiros deslocou-se para a cidade de Muanza, cuja estrada de acesso ainda permanece está obstruída pela queda de várias árvores. Essa estrada é uma rota estratégica para se chegar a outras regiões importantes da parte norte de Moçambique. Com as motosserras da equipe brasileira, foi possível acelerar os trabalhos de remoção dessas árvores caídas, que vinha sendo feito a golpes de machado. Esse grupo pernoitará na região, para dar continuidade à desobstrução dessa estrada amanhã.
Também nesta quarta-feira, os militares da Força Nacional de Segurança Pública continuam a apoiar a montagem de tendas para acolher desabrigados na localidade São Pedro Claver. Finalizado, este abrigo temporário receberá cerca de 3.000 pessoas.
Para os próximos dias está sendo planejado, em conjunto com o INGC, voo de reconhecimento de áreas afetadas no interior de Moçambique, nas regiões de Nhamatanda, Biri-Biri e Mocorocochi.
De acordo com o Capitão brasileiro Kleber Silveira Castro, que integra a equipe humanitária do Brasil em Moçambique, o lema da operação humanitária é “fazer o máximo possível, pelo maior número de pessoas possível”. “Se for para salvar uma única vida, nós iremos salvá-la”, concluiu o Capitão Kleber.
Sob liderança do Escritório em Moçambique das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), também faz parte da rotina diária da Força Nacional de Segurança Pública e do CBMMG participar, cedo pela manhã, de reunião de coordenação com o INGC, agências do Sistema das Nações Unidas e outros atores moçambicanos e internacionais que participam da operação humanitária de apoio às vítimas do ciclone tropical Idai. Dessa reunião, saem as diretrizes e orientações que regem as atividades humanitárias ao longo do dia.
A operação humanitária em Moçambique tem coordenação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, no âmbito do Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária Internacional (GTI-AHI).