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Antimaláricos brasileiros aliviarão refugiados em Bangladesh
O governo brasileiro concluiu esta semana doação de medicamentos antimaláricos, em caráter de cooperação humanitária, à Organização Mundial de Saúde (OMS) em Daca, Bangladesh, em benefício dos refugiados Rohingyas. A doação foi realizada pelo Ministério da Saúde (MS) do Brasil, sob coordenação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) . De acordo com a OMS, mais de 1 milhão de pessoas estão abrigadas em campos de refugiados em Cox’s Bazar, no sul de Bangladesh, e enfrentam condições sanitárias preocupantes.
O Ministério da Saúde do Brasil (MS) disponibilizou 1.800 comprimidos de medicamentos antimaláricos. No mês de abril, o Embaixador brasileiro em Daca recebeu o apelo lançado pela OMS aos seus estados-membros, de contribuição e colaboração, dentro das possibilidades de cada um, aos esforços internacionais para conter a crise sanitária nos acampamentos em que estão os Rohingyas.
De acordo com o MS, os medicamentos doados pelo Brasil serão utilizados em 150 tratamentos para crianças de 6 meses a 2 anos, 30 tratamentos para crianças de 3 a 8 anos, 30 tratamentos para crianças de 9 a 14 anos e 180 tratamentos para maiores de 15 anos.
Conforme relato feito pela Embaixada, o sistema montado pela OMS, em coordenação com a Organização Internacional para Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) , para prestar saúde aos quase um milhão de refugiados, tem se revelado eficaz e eficiente, apesar da infraestrutura deficiente e limitada dos campos de refugiados. Não obstante, são registrados recorrentemente surtos de difteria, sarampo, cólera, malária, dengue, chikungunya, entre outras doenças.
Além da demanda de ajuda financeira, a OMS indicou também haver falta de medicamentos para conter tais enfermidades. Consultado, o MS brasileiro respondeu positivamente quanto à possibilidade de doar a referida quantidade de medicamentos antimaláricos, em caráter de cooperação humanitária.
O Diretor do Escritório Regional da OMS, Bardan Jung Rana, agradeceu vivamente a doação, enfatizando que a ação preventiva no âmbito da saúde tem tido considerável êxito até o presente momento, graças ao apoio da comunidade internacional e das diversas ajudas recebidas.
Crise humanitária dos refugiados Rohingyas
A chegada de cerca de 1 milhão de Rohingyas a Cox’s Bazar, a partir de agosto de 2017, foi um dos maiores afluxos populacionais dos últimos tempos, segundo a OMS. Desde então, novos fluxos da minoria muçulmana perseguida em Myanmar continuam a chegar. Entre os refugiados há mulheres, crianças e idosos com problemas de saúde, baixa cobertura de imunização, altas taxas de desnutrição, e com necessidade de cuidados reprodutivos e apoio psicossocial.
Há ainda um grande risco de surtos de doenças mortais nos acampamentos. Os refugiados não têm acesso à água potável, nem a infraestruturas sanitárias. "O risco de doenças transmitidas pela água é elevado. Há, em particular, um risco elevado de cólera", declarou a OMS, em um comunicado.
O maior desafio é a necessidade de ampliar ainda mais os serviços para atender às complexas, evolutivas e duradouras necessidades de saúde dessa população altamente vulnerável em meio a um déficit de financiamento que também ameaça desfazer os ganhos e progressos realizados até agora.
Cooperação humanitária brasileira
As ações de cooperação humanitária realizadas pelo Brasil contribuem para apoiar outros países em situação emergencial. As doações não privam os brasileiros do direito ao acesso a medicamentos, que são doados apenas se não fizerem falta a pacientes nacionais. O Brasil também é receptor de doações de medicamentos em situações emergenciais de desabastecimento.
As iniciativas de cooperação humanitária reforçam ainda o compromisso institucional que o Brasil tem com a cooperação internacional, princípio consagrado no artigo 4º da Constituição brasileira.
Autor: Comunicação/ Agência Brasileira de Cooperação (ABC)
Fonte: ABC e OMS