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Angola conhece mecanismos brasileiros de monitoramento da alimentação escolar
A ministra da Educação de Angola, Luísa Grillo, assim se manifestou sobre a missão: “este é o nosso grande objetivo: ver como funciona no Brasil, que é um país imenso e tem uma diversidade também grande - com algumas semelhanças ao nosso - para vencermos alguns desafios que temos com o nosso programa de alimentação escolar”. Além da ministra e de outros integrantes do governo de Angola, compuseram a delegação representantes do Programa Mundial de Alimentos (PMA) em Angola e da Embaixada de Angola em Brasília.
A visita integra as atividades previstas no âmbito de iniciativa de cooperação em alimentação escolar coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Centro de Excelência contra a Fome no Brasil, do PMA.
Angola já havia tido a oportunidade, em duas ocasiões, de conhecer melhor o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro. Em 2014, uma delegação do país esteve no Brasil para visita de estudos sobre a alimentação escolar. Em 2022, Angola participou da “Visita de Estudos Virtual: Brasil”, com vistas a aprofundar o conhecimento sobre a experiência brasileira.
No primeiro dia de atividades, a delegação participou de reuniões técnicas com diversos órgãos brasileiros envolvidos na implementação e no controle da alimentação escolar. Edenilza Costa, coordenadora de monitoramento e avaliação do PNAE, e a nutricionista Tainá Marchewicz apresentaram o programa, as especificidades de gestão, financiamento e monitoramento, bem como as particularidades das atividades relativas à educação alimentar e nutricional.
A secretária extraordinária de combate à pobreza e à fome do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Valéria Burity, participou do encontro, igualmente, e apresentou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), cuja missão é atuar na gestão e no monitoramento das políticas de segurança alimentar, nos âmbitos federal e local: “o Conselho foi fundamental para a criação do PNAE e hoje é essencial para monitorar o programa”.
Entre os dias 6 e 7 de dezembro corrente, a delegação angolana realizou visita de campo a Goiânia para conhecer in loco o funcionamento do sistema de alimentação escolar. Em visita à Universidade Federal de Goiás (UFG), os representantes angolanos reuniram-se com agricultores familiares, cuja produção é comprada pelo PNAE, a fim de entender como se dá a chamada pública com vistas ao fornecimento de alimentos para a alimentação escolar e conhecer os principais desafios enfrentados.
A delegação esteve, também, em duas escolas da cidade de Goiânia. A primeira, o CEMEI Residencial Itamaracá, atende 151 alunos até os 3 anos, em período integral e oferece cinco refeições diárias. A segunda, Escola Municipal Professora Maria Nosídia Palmeiras das Neves, que atende 284 alunos entre 6 e 10 anos de idade e serve 3 refeições por dia. Essa escola conta com horta mantida pelos alunos, como parte das atividades de educação alimentar e nutricional.
No último dia da visita de campo, a delegação participou de encontro de formação de atores envolvendo o PNAE, o município de Goiânia e 16 municípios vizinhos. Foram abordados temas como o histórico do PNAE, atribuições dos nutricionistas dedicados ao programa e o papel dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE).