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ABC participa de reunião remota da Rede de Bancos de Leite Humano da CPLP
Momentos de crise também podem ser aqueles que estreitam os laços de cooperação e evidenciam a importância das iniciativas coletivas, principalmente no âmbito da saúde pública. A Rede de Bancos de Leite Humano da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (rBLH - CPLP) é um exemplo disso e, em meio à pandemia de Covid-19, reuniu-se virtualmente para apresentar as ações e desafios enfrentados para manter as atividades.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste formaram a Rede em 2017 e trabalham juntos para reduzir a morbimortalidade infantil e promover o aleitamento materno nos países membros a partir da ação Banco de Leite Humano. As diversidades e particularidades de cada país contribuem para uma troca de experiências fundamental para o alcance dos objetivos da Rede. O encontro foi uma celebração ao Dia Mundial de Doação de Leite Humano, no dia 19 de maio.
Em tempos da pandemia de Covid-19, o foco das discussões técnicas é o conjunto de políticas e iniciativas de enfrentamento, assegurando a segurança das doadoras, dos profissionais de saúde envolvidos em todas as etapas dos processos de trabalho dos BLHs, e dos recém-nascidos contemplados pelas doações.
O coordenador da rBLH, João Aprigio Guerra de Almeida, disse estar orgulhoso dos esforços dos países para a continuidade do trabalho. “O que nos fortalece é a nossa união. Mesmo com a redução do número de doações, o nosso trabalho segue firme e nos estimula a continuar. Nós somos uma rede de pessoas”, disse. Aprigio ressaltou que os pilares da Rede são os compromissos intransponíveis com a criança, as mulheres e a saúde pública.
Alessandra Ambrósio, representante da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), falou sobre o orgulho dos avanços alcançados nos países membros e destacou que “o trabalho desenvolvido no âmbito da rBLH-CPLP, por meio da cooperação internacional, pode fortalecer as ações de saúde pública que nossos países nesse contexto de pandemia”. Ambrósio parabenizou a iniciativa de realização da reunião virtual e reiterou o compromisso da ABC com a rBLH-CPLP, além de desejar força e união para a Rede no contexto da pandemia.
A representante de Moçambique, Sonia Bandeira, destacou o esforço que está sendo empenhado durante esse momento. “Estamos mobilizados para garantir a continuidade do trabalho com segurança”, disse. Segundo Bandeira, as coletas de leite em domicílio têm sido um importante aliado para manter as doações no país.
A Rede angolana, representada por Elisa Gaspar, tem conseguido manter a estabilidade do trabalho e parte importante desse alcance se deve às campanhas de mobilização das doadoras realizadas. Hoje, por questões de segurança, as doações são realizadas por mulheres no momento do parto e têm garantido a assistência a órfãos e prematuros.
As recomendações de segurança em virtude da pandemia não interferem na continuidade da amamentação e extração do leite pela mãe, desde que de acordo com seu desejo, suas condições clínicas e com as medidas recomendadas para evitar a transmissão do vírus. Algumas atitudes garantem a segurança, como lavar as mãos antes de tocar o bebê ou retirar o leite; usar e trocar adequadamente a máscara facial; e seguir todas as orientações e recomendações sobre a segurança da extração do leite.
“Parabéns às mulheres guerreiras que mantêm o banco de leite”, celebrou Ester Lopes, enfermeira do Banco de Leite Humano do Hospital Dr. Agostinho Neto, em Cabo Verde. Ester ressaltou que o BLH continua com suas atividades e adotou medidas de contingência, tais como atendimento com hora marcada - respeitando o distanciamento social, desaglomeração na sala de extração de leite e reforço de Equipamentos de Proteção Individual e medidas de higienização.
Fonte: Com informações da Fundação Oswaldo Cruz