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ABC e Embaixada do Brasil no Quênia enviam insumos para o Burundi
A adequação à realidade dos países, onde os projetos de cooperação técnica são implantados, é uma constante no decorrer da execução de uma iniciativa. Recentemente, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), precisou solucionar um problema: fazer chegar ao Burundi, país participante do projeto de algodão Cotton Victoria, um insumo essencial para o preparo da semente do algodão: o ácido sulfúrico, usado no deslintamento químico de sementes.
O produto não é adquirido no Burundi com facilidade. A ABC acionou, então, a Embaixada do Brasil em Nairóbi, no Quênia, para a compra e envio do químico àquele país. Foram adquiridos, e transportados via terrestre, 100 litros de ácido sulfúrico. A operação é considerada complicada, especialmente quanto ao transporte do produto, pois trata-se de material corrosivo.
O deslintamento, que é a eliminação total do linter (fibra), é um procedimento sanitário que evita fungos e doenças nas sementes. No deslintamento químico, o ácido sulfúrico é aplicado às sementes do algodão.
Além de facilitar o manuseio, economizando no número de sementes por cova, o deslintamento pode gerar maior velocidade de emergência das plantas no campo, maior porcentagem de germinação e vigor. No Brasil, o deslintamento é obrigatório, com o objetivo de obter padrões de qualidade física, fisiológica e sanitária.
A técnica de deslintamento foi ensinada, durante os cursos de análise de sementes realizados no Brasil, em 2017 e 2018, com 21 técnicos dos 3 países parceiros do projeto Cotton Victoria (Burundi, Quênia e Tanzânia). A técnica foi ensinada, entre outras, pelos profissionais da Universidade Federal de Lavras (UFLA), parceira da iniciativa.
Dos três países africanos, apenas a Tanzânia já utilizava sementes deslintadas para o plantio de algodão. A UFLA recomendou a utilização de sementes deslintadas nas unidades geridas pelo Projeto Cotton Victoria, principalmente por uma questão sanitária. Os técnicos que participaram de treinamento no Brasil compartilham, constantemente, o conhecimento com outros técnicos em seus respectivos países, servindo como multiplicadores do conhecimento e preparando as sementes para o plantio.
Está ainda previsto, no âmbito do projeto, um outro curso na área de sementes com o objetivo de melhoramento das técnicas para auxiliar a instalação de programa de produção de sementes, em cada um dos países participantes.
Autor: Claudia Caçador