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ABC assina projeto para melhoramento genético do algodão na África
Uma rede composta por 15 países africanos em torno do compartilhamento de experiências e material genético do algodão. Esse é o resultado esperado com a assinatura do projeto regional de cooperação "Integração Africana para o Melhoramento Genético Sustentável do Algodão” , ocorrida em 19/1.
O projeto vai beneficiar os 15 países africanos que integram a iniciativa brasileira do Algodão: Benim, Burkina Faso, Burundi, Cameroun, Chade, Côte d'Ivoire, Etiópia, Malawi, Mali, Moçambique, Quênia, Senegal, Tanzânia, Togo, Zimbábue.
Assinado pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Ruy Pereira, a nova iniciativa tem como objetivo principal impulsionar a cooperação entre os países partícipes para o melhoramento genético das sementes. Dessa forma, espera-se que haja aumento da competitividade e da eficiência do setor algodoeiro na África, tendo como elemento central o intercâmbio de informações, conhecimentos e material genético.
Origem
O projeto assinado teve origem durante reunião coordenada pela ABC no Centro Regional de Pesquisa Agronômica de Sotuba, em Bamako, no Mali, em 2018. No encontro, pesquisadores locais, tanto do projeto Cotton Vitoria quanto do projeto Shire-Zambeze, além de representantes da Agência, discutiram temáticas relacionadas à produção do algodão, entre elas: 1) a troca de material genético vegetal; a troca de protocolos e relatórios de pesquisa para estimular ou chamar atenção dos pesquisadores sobre temáticas relevantes e novas oportunidades de pesquisa; o estabelecimento, entre os pesquisadores, de um espaço de intercâmbio e/ou avaliação de propostas de pesquisa, de protocolos ou de resultados adquiridos individualmente ou coletivamente.
Desde então, os países africanos realizam a troca de ideias e estratégias de ação já incorporadas ao documento de projeto. Como eixo central da iniciativa, há previsão de criar um banco de sementes com variedades adaptadas às condições locais e às particularidades ambientais e climáticas de cada país.
Rede e Plataforma
Outra expectativa do projeto é a criação de uma rede sustentável para a troca de material genético e intercâmbio de conhecimentos entre os pesquisadores e técnicos. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento de variedades de algodão mais adaptáveis às condições locais dos países africanos. Com o propósito de testar a adaptabilidade das variedades de algodão, serão instaladas 15 unidades técnicas demonstrativas, uma em cada país africano.
Dois seminários estão planejados para discutir as principais estratégias de ampliação dos bancos de germoplasma de algodão. Também serão organizadas capacitações e visitas técnicas ao Brasil para que instituições técnicas nacionais possam compartilhar a experiência brasileira.
O desenvolvimento de plataforma de compartilhamento de informações genéticas das sementes de algodão existentes no continente será um outro componente importante para ampliar o programa de melhoramento genético do algodão dos países africanos. A ideia da plataforma é garantir a troca permanente de informações relevantes entre todos os parceiros, facilitando, assim, a identificação de problemas e buscando soluções comuns.
Para o coordenador-geral de cooperação técnica na África, Ásia e Oceania, Nelci Caixeta, a iniciativa representa melhoria, tanto para a pesquisa do setor quanto na qualidade das sementes de algodão. “O intercâmbio de material genético é uma oportunidade para que os países africanos e o Brasil tenham uma variedade maior de material genético e, com o tempo, a possibilidade de realizar avanços em diferentes níveis de pesquisa”.
Fonte: fotos: Centro Regional de Pesquisa Agronômica de Sotuba, em Bamako/Mali/2018 e Congresso Brasileiro