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“É barato, é ecológico, é a solução ideal”
Essa foi a conclusão do Engenheiro Admilo Amilcar, responsável pela conclusão das duas “casas-protótipo” construídas por meio da metodologia “solo-cimento”, no âmbito do projeto “Desenvolvimento Urbano em São Tomé e Príncipe (STP): Política Habitacional e Metodologias Não-Convencionais de Construção” .
O empreiteiro santomense, dono de uma empresa de construções no país, aprendeu sobre a técnica “solo-cimento” por meio desta iniciativa de cooperação Sul-Sul desenvolvida entre o Brasil e o governo de São Tomé e Príncipe. Após concluir as duas casas-protótipo, afirmou que irá investir em projetos habitacionais com base nesta metodologia. “Há muitas praias que estão sendo destruídas pela exploração de areia, utilizada na produção de blocos convencionais de concreto. Precisamos expandir a utilização da tecnologia solo-cimento em STP. Esta é a melhor solução para nós” , afirmou Amilcar.
As duas moradias, localizadas na capital de STP, foram hoje visitadas pela equipe de comunicação e técnicos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da Caixa Econômica Federal (CAIXA) , instituição brasileira cooperante no projeto. Na ocasião, profissionais da construção civil, nacionais do país, relataram entusiasmados e orgulhosos os aprendizados que adquiriram com o projeto, nomeadamente como realizar a construção de tijolos ecológicos, utilizando a já mencionada técnica de “solo-cimento”.
Conforme mencionado por todos os entrevistados, desde os profissionais da construção civil, até engenheiros, representantes do governo de STP e empresários do setor, esta metodologia alternativa de construção, nova para o setor em São Tomé e Príncipe, é capaz de solucionar vários dos impasses enfrentados no país, no que se refere à construção de moradias.
Por ser uma técnica de baixo custo operacional, que utiliza materiais já disponíveis em STP e consegue ser operacionalizada através de máquinas manuais, pode ser utilizada em qualquer região do arquipélago, não necessitando de acesso à energia elétrica. “Hoje eu me sinto orgulhoso, porque eu nunca tinha feito uma casa sozinho, do começo ao fim. Agora eu quero construir uma casa desta para mim” , relatou Dilson Gomes, mestre de obras. “Se o governo de STP investir na utilização desta técnica para a construção de casas populares, será bom para mim, que continuarei trabalhando com esta metodologia que aprendi, bom para o meio ambiente e bom para as pessoas, que terão casas melhores e mais baratas”.
Adicionalmente, a construção em “solo-cimento” se apresenta como uma solução ecologicamente viável, já que não utiliza nem a areia das praias e nem a madeira proveniente do corte indiscriminado de árvores, procedimentos que causam impactos ambientais negativos ao país.
Uma das moradias, uma casa térrea, foi construída integralmente utilizando-se os tijolos “solo-cimento”. Esta já está praticamente concluída, faltam alguns poucos ajustes, além da pintura final. A outra habitação será de dois andares, sendo o primeiro de “solo-cimento” e o segundo feito com madeira, técnica familiar para os santomenses.
A cerimônia simbólica de entrega das casas, pelo Brasil ao governo de STP, deverá ser realizada ainda esta semana, na capital.
Veja aqui mais fotografias do projeto.