A tecnologia 5G vai transformar a internet no Brasil. Trata-se da mais nova e mais avançada geração de redes móveis depois do 4G. Por fornecer latência ultrabaixa, ou seja, mínimo tempo de resposta, além de alta velocidade e maior disponibilidade, o 5G permite que haja conectividade para praticamente tudo e todos simultaneamente, incluindo máquinas, objetos e dispositivos, proporcionando novas experiências ao usuário e novos modelos de negócio. Além disso, o 5G apresenta características tecnológicas bastante distintas das gerações anteriores, o que proporcionará uma verdadeira revolução em diversas áreas, como saúde, educação, segurança, transportes, indústria e agronegócio.

Pode-se dizer que uma das maiores diferenças entre o 4G e o 5G para o usuário é a velocidade de transferência de dados. Enquanto a quarta geração atinge velocidade máxima de download de 1 Gbps, a quinta geração pode chegar a velocidades 20 vezes maior. Essa alta velocidade permitirá, por exemplo, que um filme em HD seja baixado em poucos segundos e que uma videochamada seja realizada sem interrupções e com alta qualidade visual. Além disso, a rede 5G permite maior capacidade de acesso simultâneo e ininterrupto de usuários e dispositivos em comparação com a rede 4G.

Devido à alta conectividade do 5G, os usuários terão experiência aprimorada em novos serviços, como realidade aumentada, realidade virtual, telemedicina e Internet das Coisas. Essa última, por exemplo, faz com que diversos equipamentos, como aparelhos celulares, assistentes virtuais, eletrodomésticos, câmeras, dispositivos de iluminação, fechaduras e outras máquinas, sejam conectados à rede e que seja possível a gestão remota deles. Além disso, videochamadas e serviços de streaming, em plataformas de transmissão de lives e de jogos, por exemplo, serão quase instantâneos e sem interrupções em função da alta transmissão que a tecnologia 5G proporcionará.

Com a implantação da tecnologia 5G no Brasil, serão possíveis avanços consideráveis especialmente no agronegócio, na telemedicina, na educação, nos transportes e na segurança pública, já que a alta velocidade de dados e a confiabilidade de rede proporcionarão monitoramento e gestão remotos, contribuindo com o aumento da eficiência nos serviços. Outra promessa é a implementação de indústrias inteligentes que poderão usar o 5G como rede local, a fim de aumentar a produtividade operacional, automatizando toda a linha de produção.

Estima-se que até 2022 o 5G esteja disponível em todas as 27 capitais do país. O leilão da tecnologia 5G, necessário para definir quais operadoras de telefonia ficarão responsáveis pelas faixas de frequências que transmitirão o 5G, acontecerá ainda no segundo semestre de 2021. Após o leilão, as empresas que receberão o direito de uso das frequências levarão redes para as cidades brasileiras, obedecendo aos compromissos regionais e nacionais determinados pela Anatel, seguindo as orientações do Ministério das Comunicações, como o fornecimento de 5G a todas as cidades brasileiras em 2022, além da efetivação do 4G em todas as rodovias federais brasileiras até 2028.

A tecnologia de telefonia móvel funciona por meio da utilização do espectro de radiofrequências, que são as ondas de rádio que possibilitam as transmissões de áudio, televisão e internet, por exemplo. No Brasil, por ser um recurso escasso, limitado, o espectro é um bem público administrado pela Anatel. Por esse motivo, para que uma empresa privada tenha autorização para utilizá-lo e explorá-lo economicamente, é necessário um processo de licitação realizado pela Anatel, seguindo as orientações do Ministério das Comunicações, como aconteceu em 2007 para o 3G e em 2012 para o 4G. No caso do Leilão do 5G, são compreendidas quatro faixas do espectro de radiofrequências (700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz), o que faz com que esse seja o maior leilão de telecomunicações já realizado no Brasil.

As operadoras vencedoras do leilão ficarão responsáveis pelo aumento da cobertura de banda larga móvel, por sua implementação em localidades que ainda não tinham acesso à internet e pelo investimento em backhaul de fibra óptica, que é a infraestrutura de transporte de rede, além da instalação das antenas 5G. Essas antenas chegam a ser quatro vezes menores em relação às antenas 4G, o que faz com que sua instalação seja simplificada. Além disso, por serem menores e mais leves, as antenas 5G consumirão menos energia, contribuindo para a existência de uma estrutura mais sustentável.

Alguns dos compromissos que devem ser cumpridos pelas empresas paulatinamente são:

MENTIRA - A radiação eletromagnética do 5G é a mesma que utilizamos há anos em todas as redes móveis e, após robustos investimentos em pesquisas, não foram encontradas evidências de que ela prejudique a saúde das pessoas. Além disso, as faixas de radiofrequência são do tipo não ionizantes, o que significa que não têm potência para alterar relações moleculares, portanto não são consideradas como prejudiciais à saúde do ser humano.

MENTIRA - A tecnologia 5G é ainda mais segura que a 4G, já que conta com estrutura mais robusta e arquitetura de segurança mais avançada. Além disso, um dos compromissos presentes no edital é a implantação da Rede Privativa para o Governo Federal, o que significa que os dados sensíveis de Estado trafegarão em rede com requisitos ainda mais rigorosos de segurança.

VERDADE - Com o 5G em pleno funcionamento, novas modalidades de trabalho serão criadas devido às inovações proporcionadas pelo avanço tecnológico. De acordo com estudo do Institute For The Future (IFTF), que contou com a participação de líderes de negócios de médias e grandes corporações em 17 países, incluindo o Brasil, 85% dos trabalhos que existirão em 2030 serão novos. Desse modo, além das funções já existentes que serão otimizadas, novos postos de trabalho serão criados para atender à nova demanda de produtividade.

VERDADE - Por serem menores e mais leves, as antenas 5G consomem menos energia, o que contribui para que haja menor impacto ao meio ambiente. Além de proporcionar menor poluição visual, o 5G garantirá eficiência energética, já que os equipamentos e os serviços serão otimizados.

MENTIRA - O 5G puro só pode ser operado nas faixas de radiofrequências ofertadas no leilão do 5G. Portanto, não se pode dizer que há 5G puro, aquele que utiliza rede e estrutura exclusivas em formato standalone, funcionando hoje no Brasil fora dos testes e dos projetos pilotos autorizados pelo Ministério das Comunicações e pela Anatel, em que outorgas são liberadas temporariamente apenas para esse fim. Somente após o leilão, as empresas estarão autorizadas a explorar esse bem público, fornecendo a estrutura necessária para que essa nova tecnologia, o 5G standalone ou 5G puro, seja provida de forma massiva e em sua versão de maior qualidade, de forma a realizar as potencialidades previstas dadas suas características de eficiência muito superiores ao 5G DSS, que utiliza a mesma estrutura de rede do 4G.

VERDADE - Como acontece sempre que é implementada uma nova tecnologia, os dispositivos móveis devem ser adaptados para receber o sinal da rede 5G. Esses novos aparelhos já começaram a ser comercializados no Brasil e espera-se que nos próximos dois anos haja considerável aumento na diversidade de modelos e de marcas disponíveis para compra.

É a infraestrutura de transporte em cabo de fibra óptica que liga os pontos de rede a fim de fornecer conexão aos municípios.

As faixas de radiofrequência são utilizadas para possibilitar o fornecimento de sinais de rádio, TV e Wi-Fi, por exemplo. A Anatel é a agência responsável pela gestão do espectro de radiofrequências e ao Ministério das Comunicações cabe o estabelecimento de políticas públicas para o setor. Já que no Brasil essas faixas de frequência são bens públicos de propriedade da União, para que seja autorizada a utilização e exploração econômica do espectro, é necessário que haja um processo licitatório como está acontecendo agora com o Leilão do 5G.

Também chamada de IoT (Internet of Things), a Internet das Coisas é um conceito que se refere a uma revolução tecnológica em que diversos dispositivos e objetos do dia a dia estão interligados e conectados à internet. Com o 5G, essa conexão que já existe hoje, por exemplo, com assistentes virtuais ligadas a celulares e smartwatches, será ainda mais intensa e presente na vida das pessoas. Isso ocorre porque o padrão de redes móveis 5G permitirá que muito mais dispositivos estejam conectados e integrados, incluindo eletrodomésticos inteligentes.

É a largura do tubo que transporta os dados de um ponto a outro. Assim, quanto maior a largura de banda, maior a capacidade de transferência de conteúdo. É possível dizer que a banda larga do 4G é reduzida, enquanto a banda larga do 5G é ampla.

É o tempo que um pacote de dados leva da sua origem ao seu destino. Desse modo, uma transferência com latência ultrabaixa representa um trânsito de dados quase instantâneo, ou seja, com um tempo de resposta mínimo. A latência no 4G é de 32 - 52 milissegundos, enquanto no 5G esse atraso será de apenas 1 -2 milissegundos.

É um tipo de serviço de tecnologia em que o envio de informações multimídia é feito por meio da transferência contínua de dados, principalmente músicas, séries, filmes, lives e jogos. Desse modo, não é necessário que o conteúdo seja baixado para que seja consumido, a transmissão é em tempo real. Com o pleno funcionamento do 5G, esse serviço que já existe, será aprimorado ainda mais, alcançando maior capacidade, maior velocidade e maior qualidade, possibilitando até mesmo transmissão online com resolução 4K.

É o chamado 5G puro, enquadrado no mais recente padrão tecnológico para serviços móveis, que só terá seu sinal liberado após o leilão de faixas de radiofrequência da Anatel. O 5G standalone utiliza rede exclusiva para 5G e estrutura específica para essa tecnologia, o que resulta em melhoria substancial de qualidade, velocidade, confiabilidade e redução de consumo de energia. Em relação à capacidade, por exemplo, quando comparado à rede 5G não-standalone, o 5G puro apresenta aumento de alguns milhares para 10 milhões de dispositivos conectados numa mesma área.

É a tecnologia de redes móveis que utiliza a estrutura do 4G para fornecer 5G por meio do compartilhamento dinâmico do espectro e em formato não standalone, o que significa que as frequências são compartilhadas com outras tecnologias, como 3G e 4G. Desse modo, por não possuir frequência dedicada e exclusiva, o 5G DSS apresenta capacidade reduzida em velocidade e largura de banda, o que impede que o 5G alcance todas as suas potencialidades.